Este resumo integra parte da tese de doutorado em andamento no curso de Psicologia do PPGPSI/UFBA, que investiga Memórias de Intervenções Religiosas de Comunidades de Terreiro em Espaços de Privação de Liberdade. A pesquisa está fundamentada no direito constitucional à assistência religiosa, contrastando com a criminalização das religiões de matriz africana, uma herança do contexto escravagista e colonial. A pesquisa foca em narrativas de familiares de pessoas custodiadas vinculadas a comunidades de terreiro, que enfrentam dificuldades no acesso à prática religiosa nas prisões, como forma de cuidado à saúde, preservação da identidade grupal e manutenção de vínculos familiares/religiosos, salientados por Djean Gomes (2019). A metodologia adotada, inspirada no método de História de Família de João Pina Cabral e Antónia Lima (2005), é a Teia de Memória, que investiga a experiência do encarceramento a partir das narrativas dos familiares baseada nas reflexões de Félix Vázquez (2001) da memória como ação social, e Leda Martins (2003) sobre oralitura. O objetivo é compreender os sentidos atribuídos pelos familiares às práticas religiosas de terreiro e como elas influenciam a identidade e os vínculos familiares no contexto prisional, além de investigar suas implicações psicossociais, não apenas do ponto de vista individual, considerando sobretudo, a interligação com o grupo. Espera-se compreender as formas de resistência religiosa e social nas práticas de terreiro e como as relações familiares influenciam a resiliência dos detentos. Este estudo visa contribuir para a compreensão dos direitos religiosos no contexto penitenciário e subsidiar políticas públicas que garantam a liberdade religiosa em prisões.
Comissão Organizadora
EDITORA PHILLOS ACADEMY
Comissão Científica